sábado, 2 de fevereiro de 2008

O Coração


Um dia o coração disse que não era mais afeiçoado as rotineiras batidas que regiam o seu dia-a-dia. Dizia-se cansado o pobre, sem ânimo nem vontade de conhecer o próximo lance de sua triste e enfadonha jornada. Ainda assim o coração sorria, sentia-se compelido a fazer isso, como a carne de um açougue, vivia sempre pronto para ser devorado, era um sorriso de vidraça imporando por uma pedra.


O coração queria mais que isso. Seu conceito de existência se dizia incoerente quando lhe era limitado o papel de nascer e morrer...músculo. O coração invenjava o sangue que lhe varava a todo instante sem tomar conhecimento, o coração queria ser pele para cortar o vento e ser queimado pelo sol, queria ser os olhos e comtemplar em sua plenitude aquilo que lhe fazia todo dia... bater.


O coração sentia-se preso, por vezes apertado e não muito raro, partido. Há muito não explodia de felicidade, há muito não descompassava com o cheiro da chuva.


Sentia-se fraco por isso.


Sem vontade de continuar batendo.



Aderson Roberto.


02.02.08