quarta-feira, 16 de maio de 2007

Colaboração para o Fanzine Emoções.





Minhas desculpas ao amigo que publicava este Fanzine pois não recordo o seu nome. Lembro apenas que recebi um ou dois exemplares e que era feito na região norte do Brasil. O ilustre amigo viu o meu trabalho em algum lugar, muito que provavelmente um outro Fanzine e pediu-me um colaboração. O nome do Zine me remetia a uma canção do Roberto Carlos, no entanto o cantor da Jovem Guarda nem de perto se assemelhava ao conteúdo publicado no "folhetim". Procurei então me livrar desta primeira impressão e como vi que estava difícil, resolvi usar uma referência fotográfica que me trouxesse o maior número de "Emoções" possíveis. Encontrei em uma fotografia de divulgação do filme de William Friedkin ; "O Exorcista". Depois de 25 anos o filme de terror mais clássico de todos os tempos ganhara uma nova edição que além de uma remasterização bastante caprichada, ganhou também algumas boas cenas que haviam sido excluídas na primeira versão. Este filme foi a minha inspiração para esta ilustração.
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terça-feira, 15 de maio de 2007

Colaboração para a revista U.T.I.




Em meados de 1997 um sujeito chamado Adriano Mussi lançou em Porto Alegre uma Revista chamada U.T.I. , que segundo ele queria dizer "Última Tentativa do Indivíduo". A revista teve uma tiragem razoável e fora muito bem distribuída. Apresentava também uma qualidade gráfica acima da média, mas ainda assim era um trabalho autoral pois só tinha material do seu criador, Adriano Mussi. Adriano gostou da repercução que tivera no primeiro número resolveu investir em um segundo número. No entanto gostaria de fazer um trabalho menos pessoal e para isso precisava diversificar o conteúdo da revista, para isso buscou então a ajuda de colaboradores, entre eles eu. Minha contribuição foram várias ilustrações incluindo esta ao lado. Não tive mais contato com o Adriano, e também não é de meu conhecimento se ele conseguiu lançar o número dois da U.T.I.




No final dos anos noventa a obra de Clive Barker me parecia muito interessante. Presente em quase todas as mídias ( livros, cinema e HQs ) , com certeza influenciou o meu trabalho. O estilo Terror/Sado masoquista, bastante difundido nos anos oitenta, hoje soa meio bobo e forçado. O Diabo, antagonista preferido de cristãos ocidentais cede lugar a vilões não menos tenebrosos de origem oriental. Um outro conceito de vida e morte nos é apresentado quando são inseridos nas histórias outros valores não cristãos. É o cinema de horror Japonês ditando novos padrões.

domingo, 13 de maio de 2007

7




Esta é mais uma HQ que fiz no formato página única. Esta também está inédita, cheguei a envia-la para alguns fanzines mas ela não foi publicada. A reservei para o Zine PANTA, projeto meu que era para ser um livreto de 48 páginas com tiragem de 1000 exemplares. O custo de tal empreitada acabou se revelando muito além das minhas possibilidades na época. A história junto com algumas outras acabou ficando na gaveta. Uma peculariedade a respeito desta página esta em seus desenhos. A história aborda a ansiedade de uma mulher enquanto aguarda uma ligação telefônica. O desing antiquadro do aparelho de celular denuncia quando a HQ foi feita, outro detalhe é o título; 7 (sete), quer dizer que apenas sete dígitos a separam da "felicidade", basta digitar, o detalhe é que a pelo menos 10 anos os números de celular já vem com 8 dígitos.

Culpa.



O que me inspirou nesta HQ foi um prólogo de um episódio da série Arquivo X. Nunca contei a ninguém, mas o texto da história é praticamente o mesmo que o agente Fox Mulder fala no início do capítulo. Como apliquei o monólogo do personagem em um outro contexto, niguém notou, ou pelo menos nunca me delataram! Fiz uma versão destas duas páginas em cores. As colori com ecoline e mandei os originais como portifólio para a Revista Metal Pesado, ledo engano, pois a HQ não se encaixava no perfil Editorial da publicação (tinha que ter uma mulher seminua na história).

Diário de Bordo.




A ilustração ao lado pertence a história "Diário de Bordo". Partia da premissa do velho conto das sereias. Na minha visão porém, foram substituídos todos os elementos chaves da trama a fim de que se tornasse um conto de ficção científica. O Leitor só viria a fazer a ligação no último quadro ( a ilustração exibida aqui) . Na verdade não sei se fui bem sucedido na minha intenção, pois esta HQ, uma das minhas favoritas, ficou inédita até hoje. Gostei tanto dela que a reservei para uma publicação que eu considerasse especial, uma editada por mim mesmo talvez; o que nunca aconteceu.
Lembro que demorei nove horas para fazer a "cauda" da sereia e no dia seguinte mais cinco dedicadas ao cabelo.

Colaborações para Fanzines.


Esta é uma colaboração que dei para o Zine Cymb Ótico, produzido no interior de São Paulo era bastante conhecido entre os zineiros. A ilustração era pra ser uma capa, mas acabou sendo aproveitada como contracapa no interior do folhetim.


Esta é uma HQ que fiz nos tempos do Instituto de Artes. Em meados de 1997 minhas inspirações eram bastante ecléticas, gostava das HQs americanas que no geral sempre abordavam o gênero Superherois, mas também curtia e fazia outros estilos como o Mangá e os quadrinhos europeus, estes mais voltados para o público adulto.
Quadrinizar um Poema de um autor nacional não era lá muito original, vários já haviam feito isso, mas a oportunidade de dar uma interpretação bem pessoal a uma obra já consagrada, parecia bastante tentador.
Pensando assim, quadrinizei diversos poemas de vários poetas. Este ao lado foi a minha leitura (na época) do testo de Carlos Drumond de Andrade, foi publicada em muitos fanzines do Brasil e alguns da Argentina. Acho que todos os meus trabalhos este foi o que mais circulou, seu formato compactado (apenas uma página) mais tarde se revelou uma boa forma de se fazer publicar.

Homem na água




O Tempo passou para mim. Não sou um cara velho, este ano estarei completando 31 anos de vida. Se levar em conta que a expectativa de vida sobe a cada ano, hoje estaria no primeiro terço desta jornada. Mas ainda assim sinto que o tempo passou, hoje não crio, não produzo, apenas consumo. Ao ver estes desenhos antigos que fiz, fico pensando como estaria meu traço hoje caso nunca tivesse parado de criar, de compor, de transpor meus anseios para uma folha de papel. Talvez seja uma explicação minimalista, mas talvez a satisfação pessoal seja a responsável por isso, hoje sou um homem realizado, tenho um filho maravilhoso e a mulher que amo ao meu lado. Não há sofrimento, só redenção.
Aderson Roberto

Instantes...



Se eu pudesse viver novamente minha, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas eu levaria a sério. Seria menos higiênico, correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e comeria menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma destas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto de sua vida. Claro que tive momentos de alegria, mas se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos. Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não os perca agora.

Eu era desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda chuvas e um para quedas. Se voltasse a viver, viajaria mais leve. Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono. Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.








" Jorge Luis Borges" - ( 1899 - 1996)